terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Afago.

O amor nada mais é que, uma invenção prolongada de "felicidade". não durável, claro. mas Ele se perde na eternidade, a fio. a flor da pele. como condicionamento do tempo. inerte. e, sem relógio.
Amar é fácil demais, difícil é viver. viver o quase.

Felicidade... há quem diga que exista. em seu auto ego de insanidade.
a felicidade não existe. o que existe é, no máximo, uma alegria. alegria de amar, alegria de ter uma família, alegria de contar uma história, alegria de ler, e etc.
O que é FELICIDADE pra você? de esperar a morte a qualquer momento? eu choro quando penso que posso morrer agora. já. amanhã. é uma agonia sem fim. com fim.

Saiba que eu, nunca mais, ousarei, insano, a pedir o seu amor ou compaixão.
Meu último pedido fica como uma abordagem oca e morta. Pedirei que, nem que seja uma única vez,
feixe os olhos e respire da forma mais errada que achar. respire "um ar" que jamais achar ter respirado antes. respire o mais profundo vazio que existe dentro. lá dentro.

o meu oco, abrirá seus olhos no fim de uma noite



qualquer.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Dueto



Tudo é tão calmo as vezes. Parece que minha cabeça pensa o que eu não quero escrever. e eu escrevo, quase pensando demais.

Sempre imagino aquele olhar fixo, com alta luminosidade fosca. Sem direção certa, oco mas com tamanha profundidade. Profundidade tal que, desconcerta o frame da câmera. Segurada por mim, sem muito apoio, trêmula de tanta vida ou pouca. ou quase. o quase é pouco assim? ou o quase é tanto como um dueto de piano? o quase está na ponta dos dedos. na ponta da língua. no nó da garganta.

Eu insisto que a música pare agora!

Depois recomeçar lentamente apressada, gerando a imagem das folhas secas misturadas com teu vestido branco. você olhando pro alto mais..o alto mais perto das árvores.

Antes de cair.

domingo, 14 de novembro de 2010

vou ali revirar meu baú.

Depois de um certo tempo, depois de tanto viver eu sinto que sou escravo do tempo e de teus valores.
Eu mudei.
Meus amigos mudaram.
Alguns ficaram mais cegos, outros menos cegos.
Afinal, pra quê tanto ver se é você quem faz,
tudo.
E eu vou continuar atrás de algo que não faça o menor sentido
mas que tire essa minha angústia.


quinta-feira, 29 de julho de 2010

"you are not to blame for"

é como se tudo se voltasse para aquilo que certamente não deixou de existir. fechar os olhos e escutar músicas preferidas, abrir os olhos e ler contos preferidos, uma garrafa de vinho meio seco, cigarrillos e amigos. almas irmãs. energias fortalecidas. "a handshake of carbon monoxide". você não deve se culpar por não ter deixado alguém entrar em tudo isso. você não deve se culpar por não ter conseguido deixar alguém entrar quase... quase é muito. quase é o máximo de abertura. estar bêbado talvez seria melhor forma de dizer que, o verdadeiro amor não se atinge assim tão fácil.
fingir. sempre se fingi muito bem.
conseguir
não.

domingo, 18 de julho de 2010

Leminski

Enchantagem

de tanto não fazer nada
acabo de ser culpado de tudo

esperanças, cheguei
tarde demais como uma lágrima

de tanto fazer tudo
parecer perfeito
você pode ficar louco
ou para todos os efeitos
suspeito
de ser verbo sem sujeito

pense um pouco
beba bastante
depois me conte direito

que aconteça o contrário
custe o que custar
deseja
quem quer que seja
tem calendário de tristezas
celebrar

tanto evitar o inevitável
in vino veritas
me parece
verdade

o pau na vida
o vinagre
vinho suave

pense e te pareça
senão eu te invento por toda a eternidade

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Dominique,

um pouco mais, um pouco menos, quase nada. quase. quase é muito. quase é tudo ou nada. quase é. é desfocando, desfocado, o real quase. olhar e engolir. repetidas vezes. tentar uma explicação, quase inexplicável, não existe. ausência dos sentidos palpáveis, procurar vida no que dói o quase. amar é existir. existir por segundos enquanto não pulsa. todo quadro é infinito e redondo. tem sempre um choro engasgado, interrupt. superfície fria e branca, pálida. autodestruitivo. lo mentiroso. enganado. petrificado com as mãos. suja,

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Idioteque

monólogo (o que você quiser que seja)

quê?
vou morrer tentando explicar a minha morte...
tudo se espalha, não há ordem se quer em plena loucura...
se perder tentando achar uma solução é tão inválido, que minhas pernas nem se movem...
se segue ao instinto e não a razão. por mais ordinária que seja sua vida...
sorte a sua que é feliz...
é.
felicidade.
de quê?
por amar e ser amado?
basta?
o que mais você quer de mim?
felicidade por estar. vivo. esperando. esperando.
a vida toda esperando...
as vezes cansa.
eu...
você...
nós?
a gente não sabe.
não aprendemos nada...
a gente morre pra nascer. todo dia.
a gente nasce pra morrer. todo dia...
todo,
quase,
sem querer.

é.

"this is really happening, happening"

sábado, 13 de março de 2010

II

eu nunca me chorei
nunca me senti de verdade com alguém
assim, que nem você
eu não te amo
nem te quero pra mim
eu te quero
te quero pro mundo
te quero pras pessoas
te quero viva
e se um dia eu pensar só em mim
eu te quero minha
apenas

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

..

ontem eu fui dormir sentindo uma fome de morte vazia. o castelo de areia uma hora ou outra é levado pelo mar, assim como tudo um dia termina para começar de novo. eu me separei em partes, como antes. pensei que minha vida poderia ter um sentido com uma outra, indefinido. mas quando entro na minha dimensão sinto falta. falta. falta meu próprio eu. quando não me sinto mais, me acho só, perdida, perdida em outro sentido em outro coração que não é o meu. a escolha se limita no meu não sei, eu sofro com o sofrimento, eu choro feito angústia, eu amo por ser amada, eu não sinto querendo sentir. eu só queria te dizer que meus dias ainda são seus, que meu coração faz parte do seu. e que essa loucura pode nos matar.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

no dia que o mundo parar

Fecharam-se os olhos.
- que foi?
- não sei.. (abrem-se os olhos, respira com uma dificuldade de alegria e tristeza)
- parece que (eu sinto que) estou engolindo você com mil facas atravessadas em minha garganta, e, mesmo com a certeza incerta de conhecer cada pedaço seu, tudo continua atravessado (atravessando).
No escuro eu quis te escrever, fazia tempo que eu não escrevia, geralmente, eu só escrevo quando eu me sinto, e eu sinto de novo, e como dói se sentir. Mas não é dor de doer é dor de ausência, de falta do tempo. O problema é que está sendo. O problema é sem você, pesadamente.
Existe um verbo sem tempo, sem sujeito, sem é. Infinito. é o degrade do céu de fim de tarde vazio, é além de "para sempre" ou "para nunca", inatingível e crescente, único e seu e meu e nosso.
Não sei se posso. Eu posso. Eu posso te tocar com a superfície dos meus dedos de olhos fechados. Não sei se posso chamar isso de amor, só amor. Isso sempre foi além de qualquer coisa. é.